Há no amor muita coisa de inexplicável, para não dizer que é tudo inexplicável. Desde a forma como nasce, à velocidade e forma como cresce. Esta manhã comentava com uma grande amiga, que o amor que sinto pela minha filha é hoje, um milhão de vezes maior, do que quando soube que estava grávida, do que no dia que ela nasceu, do que nos meses seguintes. E hoje penso que já não a consigo amar mais do que já a amo. Que é tudo. É tudo o que sei. O mais provável é esta última frase ser uma enorme mentira. Depois há alturas em que o nosso amor é posto à prova. Por situações em que podemos, sem querer e por engano colocar algo à frente do amor que sentimos. Amar é pensar primeiro nos interesses da pessoa que se ama em detrimento do nosso próprio bem estar. Amar muito, muitas vezes dói. E depois de um divórcio é complicado manter a lucidez. É difícil pensar e saber que o melhor para a minha filha, não é estar só comigo. É estar com os dois. É difícil para mim, deixá-la ir e saber que há alturas que ela não quer voltar. Ouvir um filho dizer que já não quer viver connosco é como levar uma facada no peito. Tenho levado algumas nestes últimos tempos. Penso que esta forma de ela estar vem muito da maneira como a tenho educado. A minha filha sabe que aconteça o que acontecer a mãe dela vai estar sempre ao seu lado. A minha filha sabe que, pode ir viver outras coisas, dar-se a outras pessoas, que eu vou estar sempre ali, como uma rocha no sítio das pessoas que amam muito. E manter isso presente na minha cabeça, reconforta e acalma o meu coração.
Antes que o brilho sobre o ego me arruíne
e meus olhos vibrem por outros desejos,
seja, Senhor, só a tua luz que me fascine.
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