quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para a minha filha

Não sei se algum dia irás ler isto. A ideia de ter um blogue fez sentido, quando achei que um dia mais tarde ias gostar de ler algumas das coisas que senti, durante a gravidez (em blogue antigo) e ao longo da tua vida (em blogues antigos e aqui). Este não é certamente um baby blogue. Não digo a que dias fizeste isto e aquilo, porque me escapa. Porque não consigo, muitas vezes, encontrar palavras para descrever determinada situação. Não sou boa a descrever coisas. Sou melhor a resumir. Espremo o sumo. É ele que muitas vezes fica aqui. Não tenho escrito muito. Nem sobre ti, nem sobre mim, nem sobre nada. Tenho vontade, mas as palavras não soam bem... e acabam por ficar para o dia seguinte.

Mas hoje apetece-me dizer-te uma série de coisas.
Acredito ser uma mãe consciente da filha que tem. Não acho que te portas sempre bem, só porque és minha filha. Não acho que estás sempre bonita, só por seres minha filha. Há dias em que andas descabelada e outros que me deixas ainda mais do que tu. Grito muitas vezes com razão e outras sem. Digo-te que lá por ser tua mãe, não quer dizer que aceite tudo e que também tenho sentimentos. Choro. Há dias em que me vês a chorar. Sou uma mãe real. Não sou, nem quero ser, uma mãe perfeita. Essa coisa para mim não existe, pelo simples facto que pessoas perfeitas não existem.
És uma criança muito activa, não paras um segundo. Danças, cantas e falas MUITO! Adoro quando constróis frases com palavras como: imenso, fantástico, delicioso, maravilha... Fazes birras ainda. Menos, é um facto, mas fazes. Não sabes esperar. Queres ser sempre a primeira. A sair do carro, a entrar em casa, a começar um jogo. Tens uma memória de elefante. Sei que quando te prometo alguma coisa, não há hipótese nenhuma de te esqueceres. Aprendes tudo muito depressa. Escreves o teu nome e o meu. Gostas de desenhar corações. A tua paixão continuam a ser os cavalos. O divórcio está completamente esclarecido e aceite na tua cabeça. Eu sei que tu sabes e sentes que estou melhor assim, logo tu também estás melhor.
Mas de tudo o que JÁ ÉS, o que mais me fascina, o que mais me aquece e surpreende é essa tua enorme capacidade de amar. Amo-te, amo-te e amo-te!

5 comentários:

  1. Identifiquei-me com este texto. É humano e verdadeiro. Vale mais do todos aqueles com que tantas vezes nos deparamos que são escritos para os outros. Não para nós. Nem para os nossos.

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  2. Ela vai vibrar ao máximo quando ler este texto. Vai arrepiar-se como eu me arrepiei. Tem uma mamã fantástica, sem sombra de dúvida. E os filhos normalmente são o espelho da família onde crescem (em muitas coisas). Uma coisa é certa, ela vai ter o maior orgulho do mundo de ser a tua filha.
    Acho que sou um bocado como ela, podia ter sido a minha mãe a escrever este texto, só acrescentaria uma coisa, sou terrível. eheheheh e pra comer era um castigo...
    Ah e só pra que saibas, eu já te leio desde o blog em que estavas grávida.

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  3. Rita, eu adoro blogs quanto mais não seja porque foram eles que te trouxeram até mim. Sim, estamos pouquíssimos juntas, mas isso não é o mais importante.
    Sim, não és a mãe perfeita, nem a pessoa perfeita. És artista-maluca mas a B. é feliz e tu és uma super mãe, uma super mulher e uma pessoa linda. Por dentro e por fora.

    Beijos :)

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  4. Mas alguma mãe é perfeita? Quantas de nós já gritaram ou deram uma palmada por estarmos cansadas ou com falta de paciência? Ó p'ra mim de mãos levantadas! E isso faz de nós más mães?
    A Bi é uma miúda muito gira (e não estou a falar só fisicamente) e a mim, que a vejo pouco, parece-me muito feliz. Sabes o que me lembro? Dela no aniversário a cantar e a dançar a música das Doce, do início ao fim, sem parar, sem hesitar. Foi um must!
    E se ela é feliz alguém é responsável por isso, TU!
    Bj grande

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