segunda-feira, 29 de novembro de 2010
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Nonsense ficção ou ambos?
Ó puta de vida
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Lembro-me tão bem
terça-feira, 23 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Eu, tu, ela e os bombeiros
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Sou uma gaja cheia de sorte
lha arranca, ficam em carne viva, doridas e desesperadas, incapazes de compreender que o gesto violento foi a melhor prova de respeito que poderíamos dar.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Recados para mim
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a..."
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Faz-me acreditar no absurdo. Vá lá, faz-me esse favor. Faz-me acreditar em aliens, extra terrestres, num mundo cheio de conspiração. Põe por favor a imaginação a funcionar, como tu bem sabes e conta-me uma história mirabolante. Mas faz-me acreditar, por favor, que não vivi uma mentira. Que não sou assim tão parva e ingénua, que até sei que sou… mas deixa-me acreditar que sei distinguir um abraço sentido de um outro qualquer. É Novembro e tu não estás. Mentiste-me! Devolve-me a minha vida por favor. Devolve-me o som do mar e o sítio mais perfeito do Mundo. Devolve-me o sofá pequeno e sem espaço que agora parece infinitamente maior. Devolve-me o gosto pelo vazio e o sabor feliz do silêncio. Devolve-me o gosto pela cozinha. Devolve-me a música, que tu sabes que é minha e que tanta falta me faz. Devolve-me o Chiado e o meu casaco vermelho. Devolve-me a imaginação e a inspiração. Devolve-me o meu corpo. Devolve-me a ignorância que tinha do que realmente és.
Faz-me acreditar no absurdo. Vá lá, faz-me esse favor, que eu preciso de me resolver e enganar, só mais esta vez. Liberta-me, para seguir o meu caminho...